Mucosite Oral e a Evolução Terapêutica: Fotobiomodulação e Terapia Fotodinâmica
Introdução
A mucosite oral (MO) é uma complicação comum e debilitante decorrente do tratamento oncológico, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Caracterizada por inflamação e ulceração da mucosa bucal, a MO pode levar à dor intensa, dificuldade para se alimentar e falar, e até mesmo interrupções no tratamento contra o câncer.
Entretanto, hoje existem recursos que visam prevenir e tratar os efeitos colaterais manifestados no sistema estomatognático decorrentes da terapia antineoplásica: a Fotobiomodulação e a Terapia Fotodinâmica.
Mucosite Oral e seus Desafios
A MO é uma reação adversa frequente no cenário antineoplásico onde são empregadas a quimioterapia, a imunoterapia, o transplante hematopoiético e a radioterapia. A lesão da mucosa oral ocorre devido ao efeito tóxico dessas terapias sobre as células endoteliais e epiteliais que revestem a cavidade bucal. Os sintomas incluem dor, inflamação, formação de úlceras e infecções secundárias, tornando o tratamento do câncer ainda mais complexo.
Fotobiomodulação (PBM) - A Luz como aliada
A Fotobiomodulação é uma abordagem não invasiva que utiliza luz de baixa intensidade para estimular processos celulares e promover a regeneração tecidual. Os estudos têm demonstrado que a PBM acelera o processo de cicatrização e reduz a inflamação na mucosa bucal, aliviando os sintomas da MO.
Terapia Fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) - O Combate microbiano
A aPDT é uma técnica que combina uma substância fotossensibilizadora com luz de comprimento de onda específico para induzir a morte seletiva de células tumorais ou microrganismos.
No contexto da MO, a aPDT é aplicada para reduzir a carga de microrganismos na cavidade bucal, diminuindo o risco de infecções secundárias.
Evidências Científicas e Benefícios
Estudos clínicos e revisões de literatura1,2,3,4,5, têm demonstrado a eficácia da FBM e da aPDT no tratamento da MO. A PBM auxilia na redução da dor e inflamação, além de estimular a proliferação celular e a angiogênese, promovendo uma cicatrização mais rápida das úlceras.
Por ouro lado, a aPDT tem se mostrado eficiente no controle de infecções oportunistas.
O uso associado destas terapias, tem revelado um sinergismo com a otimização dos resultados.
Um detalhe que deve ser enfatizado é o Brasil ser um expoente em publicações sobre este tema.
Abordagem Multidisciplinar e Personalizada
A utilização da FTB e da aPDT no tratamento da MO deve ser integrada a uma abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, dentistas, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais de saúde.
Cada paciente é único, e a conduta terapêutica deve ser personalizada, levando em consideração as características individuais, o estágio da MO e o plano de tratamento oncológico.
Conclusão
A MO é um desafio significativo para os profissionais e para os pacientes em tratamento antineoplásico, afetando sua qualidade de vida e bem-estar. A FTB e aPDT têm demonstrado resultados promissores como terapias no alívio dos sintomas e aceleração da cicatrização da MO.
A adoção dessas técnicas inovadoras representa um avanço na busca por melhores opções terapêuticas, proporcionando alívio e conforto aos pacientes, e contribuindo para uma abordagem mais abrangente no combate ao câncer.