Lei de de Arndt-Schultz

Lei de Arndt-Schultz

            A terapia com luz de baixa potência (Low Level Light Terapy, LLLT) utiliza da luz visível e infravermelho, proveniente de uma fonte de luz como laser ou um LED, para tratamento de várias patologias em seres humanos e animais. Usualmente, quando se fala em LLLT são aplicados os comprimentos de onda na faixa de 600 – 1100 nm. Diferentemente de outros procedimentos que fazem uso do laser, a LLLT não é um processo ablativo ou térmico e sim fotoquímico, como por exemplo, o que ocorre no processo bastante conhecido de fotossíntese das plantas. O fato de não ser um processo ablativo ou térmico, reside no fato de que a densidade de energia (grandeza dada em J/cm2) e potência (grandeza dada em W/cm2) são protocolados para promover somente a fotoestimulação do tecido biológico através de reações fotoquímicas, e assim, o controle desses parâmetros é essencial para se obter os resultados esperados da LLLT. É importante destacar que, na literatura, é visto tanto densidade de potência quanto de energia serem referidos como dose.

            A relação entre a dose e a resposta fisiológica está baseada na Lei de Arndt-Schultz. Esta lei dita que a utilização de baixas doses não promove a fotoestimulação do tecido biológico de forma considerável e assim os resultados da LLLT não são observados. Em contrapartida, altas doses irá gerar uma inibição dos processos fotoquímicos, podendo levar a respostas negativas no paciente. Contudo, existe um valor ótimo onde a fotobioestimulação ocorre da maneira adequada, trazendo apenas benefícios da LLLT, em que de forma geral, esse efeito é chamado de resposta bifásica da dose. Resumidamente, utilizar maiores tempos de exposição não irá trazer mais benefícios aos pacientes e poderá gerar efeitos adversos.

            Uma das explicações para a resposta bifásica da dose está relacionado a produção de espécies ativas de oxigênio (Reactive Oxygen Species, ROS) boas e ruins. Quando o tecido biológico não saudável é irradiado por luz, ocorre o aumento do transporte de elétrons da membrana plasmática e assim, levando ao aumento da produção de ATP e consequentemente dando início aos mecanismos de ação que trazem os benefícios da LLLT.

Contudo, com a exposição duradoura de luz, é visto que ocorre um segundo pico de produção de ROS (ROS ruim), que no caso, gera danos na mitocôndria, prejudicando a produção de ATP em  níveis que são considerados normais.

            É importante destacar que ainda não se sabe se a diferença entre os dois tipos de ROS reside somente nas quantidades em que eles são produzidos, ou seja, se o excesso de ROS pode trazer possíveis efeitos negativos, ou se existe de fato uma diferença bioquímica entre eles.